Espero que tenha sido a última vez.
Quero escrever sobre o assunto mas nem consigo. Foi a 3ª vez em 7 anos de relacionamento. Mas a diferença é que hoje foi apresentada uma queixa. E não vou voltar atrás. Marcas não tenho, mas as dores são bastantes.
Depois de me agredir e eu dizer que ia apresentar queixa ainda teve o descaramento de me dizer que se ia cortar num braço para dizer que tinha sido legítima defesa. Partiu o telefone de casa, levou-me o telemóvel e os filhos. Sabe Deus por onde anda a fazer o quê. A polícia tem que reportar a agressão à CNPCJR, quando o agente me disse isso ainda pensei 2 vezes. E se me tiram os meus filhos? Eu sei que não têm motivos para tal, mas sei lá. Anotaram a escola onde a mais velha anda, não sei se vão falar com a professora. A minha filha vai sempre lavadinha, tem o material todo e bastante atenção em casa. Se bem que desde que tenho o novo trabalho, chego a casa mais tarde. Ela diz que quer viver com o pai. E se tomarem isso em conta? Não aguento ficar sem nenhum dos meus filhos. Mas o que doeu mais, não foram os pontapés, nem os puxões de cabelo e nem mesmo as vezes que me deitou ao chão, foi ouvir a minha filha, de apenas 6 anos, a rir. E não, não era de nervos. Eu a tentar sair de casa e ela a chamar o pai e a fazer-lhe sinal, a minha própria filha a tirar-me a chave de casa da mão para que eu não a levasse. Parece-me que estou a criar um monstro.
E queria tanto ligar a uma amiga para me darem um bocadinho de colo e não sei de cor o número de ninguém. Com isto tudo Deus quer me dar uma lição. Quando pensamos que a nossa vida não pode piorar, estamos enganados. E quando pensamos que não aguentamos mais, estamos também enganados. Temos sempre que ir buscar forças, nem sei bem onde.